
Mulher de retirante
Na beira de uma estrada,
pertinho dum vilarejo.
Uma mulher acenando,
olhar triste e sorriso meigo.
Parece um lugar distante,
uma terra esquecida.
Lá, se vê mais morte que vida,
é terra que nada tem,
é terra de retirante,
não se vê homens na lida
espera a chuva,
a chuva não vem.
mas de longe se ouve a oração...
Ave-Maria, amém!
A poucas jardas dali,
uma mulher na janela,
olhando fito horizonte
e nessa triste mazela,
espera a volta do seu homem
que se foi pra lá de ontem - ontem
e seu sorriso, com ele partiu também,
mas de longe se ouve a oração...
Ave-maria, amém!
Levado pela esperança,
roupas velhas na velha mala,
foi longe tentar a sorte,
pra seus filhos livrar da morte.
E para trás deixou ela,
numa triste e vã espera;
como quem vê o sonho,
no horizonte daquela janela
sua boca nada diz,
e se a ela perguntar...
Ainda diz que é feliz,
mas seu olhar tudo fala
da fome e da saudade
que seu coração não cala.
nada na mão, nem um vintém,
mas de longe se ouve a oração...
Ave-Maria, Amém!
(Sirlei L. Passolongo)
Na beira de uma estrada,
pertinho dum vilarejo.
Uma mulher acenando,
olhar triste e sorriso meigo.
Parece um lugar distante,
uma terra esquecida.
Lá, se vê mais morte que vida,
é terra que nada tem,
é terra de retirante,
não se vê homens na lida
espera a chuva,
a chuva não vem.
mas de longe se ouve a oração...
Ave-Maria, amém!
A poucas jardas dali,
uma mulher na janela,
olhando fito horizonte
e nessa triste mazela,
espera a volta do seu homem
que se foi pra lá de ontem - ontem
e seu sorriso, com ele partiu também,
mas de longe se ouve a oração...
Ave-maria, amém!
Levado pela esperança,
roupas velhas na velha mala,
foi longe tentar a sorte,
pra seus filhos livrar da morte.
E para trás deixou ela,
numa triste e vã espera;
como quem vê o sonho,
no horizonte daquela janela
sua boca nada diz,
e se a ela perguntar...
Ainda diz que é feliz,
mas seu olhar tudo fala
da fome e da saudade
que seu coração não cala.
nada na mão, nem um vintém,
mas de longe se ouve a oração...
Ave-Maria, Amém!
(Sirlei L. Passolongo)












2 comentários:
Soninha!
É um grande privilégio ter vc como amiga, essa poesia talvez seja a mais bela que já escrevi... a dor da miséria esquecida.
Muito obrigada por ser minha amiga!
Te amo viu!
Amiga querida, linda poeta, obrigada pelo carinho, e pela atenção que sempre me dedica,fico feliz de ver você despontando com uma das melhores poetas da atualidade, sucesso sempre, beijos.
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