domingo, 21 de outubro de 2007

ANTRO-POÉTICA


Das furnas da madrugada,

dos antros dos botecos,

surge, lívida e louca,

a poética!



Das carrancas dos pais da Pátria,

das leis e das penas severas,

dos códigos sociais irracionais

surge, lívida e louca — a miséria!



Da poesia dos loucos e insubmissos,

dos sonhos utópicos dos humanos aéticos,

dos gemidos de dor e prazer na madrugada

surge, cada vez mais robusta, a esperança.



Dos tratados canônicos e econômicos,

dos tratados de possse e guerra hedionda,

surge, estúpida e louca, no palácio ou na feira

a lógica ilógica dos homens-bomba!



Das janelas wébicas, telecinéticas, televídicas, assistimos

nos noticiários clean-icos, isentos, estéticamente cínicos,

o urro animal, estertor mundial,

último grito da humanidade.



Osmar Casagrande

Poeta, dramaturgo, contista, redator publicitário, roteirista, aceito trabalhos na área. Alguns trabalhos podem ser vistos na categoria "Portfolio".Palmas - Tocantins - Brasil

Viaje em sua nave da poesia

http://casagrande12.spaces.live.com/default.aspx

Um comentário:

Unknown disse...

Querida, nosso grito, tantas vezes contido vai, aos poucos, ganhando mundo, fabricando universos, desaferrolhando consciências.
Obrigado pela publicação.
Viva a poesia!

Osmar Casagrande.